quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Exclusão Santa

Exclusão Santa

SANTOS, Cézar. Exclusão santa. Atalaia-AL, Ed.Meid, 2011

Hoje é o ultimo dia da campanha “As Cinco Lâmpadas”, promovida pela Igreja do Evangelho Quadrangular, localizada na cidade de Atalaia-AL. Foram cinco dias de bastante louvor, onde percebemos muita fé dos participantes desses cultos, porém foi o último dia que pude observar o quão as instituições religiosas se compara a qualquer outro órgão “mundano”, observei algo como tortura psicológica, castigo cristão, fenômenos que eu denominei de Exclusão Santa.

Os meios justificam minha visão santa. Vamos aos fatos, primeiramente quero deixar claro que sempre serei um comunista platônico, graças a minha decepção com o pensamento anarquista atalaiense, logo voltei ao meu mundo platônico. Recomecei a freqüentar comunidades que se dizem “irmã”, a pedido da minha família. Logo senti algo familiar do meu mundo onírico: ações coletivas, ajuda recíprocas, parece não existir classes sociais, ou seja, era uma visão comunista nos moldes dos grandes idealizados, logo decidi: - “vou ficar aqui!”

Era o começo de uma campanha, pessoas dançavam, cantavam, renovavam a fé para a construção de um mundo melhor. Mas voltei a me decepcionar, ao fim da campanha “As Cinco Lâmpadas”, todos almejavam a bênção final, mas não foi o que aconteceu, pois no dia dois de novembro todos tinham que doar um valor de trinta reais, que eu considero um valor alto para os padrões de uma sociedade onde impera “os chefões da cana”, pois vivemos em um Estado monocultor numa sociedade feudal arcaica, onde nem todos têm condições de desfazer de tal valor. Então, todos os que tinham o capital foram chamados a frente do altar para receber a bênção final e um recipiente com óleo de unção, foi o ápice do evento, mas não foi para todos, aos que não tinham o valor exigido para a consagração restou a exclusão.

Eu vi, não me contaram, vivenciei, vi no semblante daquelas pessoas, eram fisionomia e postura de derrotados. Também me senti minúsculo, porém tive um sentimento que não sei descrever e não vou me esforçar para transpor, pois são sentimentos que talvez logo evanesça.

Portanto, pude observar fatos que é exclusividade do capitalismo selvagem: destruição da auto-estima, derrota, exaltação “dos que têm” e humilhação dos desprovidos de capital, uma segregação santa.

Não posso ser o anjo que todos querem, todos os caminhos só me levam para a “estrada do mal!”

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